6.1 Introdução
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Nós capítulos anteriores o foco foi na demonstração da implantação do ambiente de produção considerando a tecnologia Docker. Desse modo, demonstramos como usar contêineres para colocar no ar algumas aplicações funcionais. Basicamente fizemos uso de diferentes tecnologias: nginx (web), guvicorn (WSGI), Flask (API HTTP) e Apache Kafka, além do servidor de monitoramento (Nagios). Com o uso do Docker, tornamos o processo de deploy mais automatizado e menos propenso a erros.
Retomando a figura apresentada anteriormente no Capítulo 1, Seção 1.2, estivemos trabalhando nos itens 1, 5 e 6. Abordaremos agora as etapas 2 e 3, ou seja, a integração contínua, passando pelo controle de versões, construção, integração e testes.
Conforme ressalta Sato (2018), a essência do DevOps é exatamente a cooperação entre as equipes de desenvolvimento e operações em prol de construir e disponibilizar uma aplicação de qualidade para os usuários finais utilizando o máximo possível de automatização nesse processo. Para isso, escrever código para a aplicação e para a infraestrutura é fundamental.
Considerando essa forma moderna de desenvolvimento de software o que se pretende é que, a cada alteração realizada no código da aplicação que seja confirmada (commit), siga-se um fluxo (pipeline) que permita a compilação, teste e geração do pacote da aplicação para entrega ao ambiente de produção se for o caso.
Isso é decorrente da introdução dos métodos ágeis propostos nos anos 90 e que hoje são utilizados total ou parcialmente por grande parte das empresas desenvolvedoras de software (Beck e Andres (2005)). Dentre as práticas ágeis preconizadas pela eXtreme Programing (XP), por exemplo, estão: refatoração, Test Driven Development (TDD), propriedade coletiva de código, projeto incremental, programação em pares, padrões de código e integração contínua. Obviamente, nem todas são universalmente aceitas mas algumas, tais como a responsabilidade pelo código e a integração contínua passaram a ser um padrão de fato no desenvolvimento de software atual.
A responsabilidade pelo código acabou fazendo com que o desenvolvedor, ao se responsabilizar pelo código que escreve, passasse a adotar teste unitário como prática comum. Desse modo, ele não entrega mais apenas o código operacional da aplicação mas também um conjunto de testes unitários que demonstre que o que ele desenvolveu funciona corretamente.
Já a integração contínua faz com que, a cada mudança confirmada no código, todo ou parte do sistema seja reconstruída e testada rapidamente e a equipe de desenvolvimento passa a ter um rápido retorno se algo deu errado com as últimas mudanças introduzidas. Para esse ponto, recomendo a leitura do artigo de Feitelson et al. (2013) intitulado "Development and Deployment at Facebook". É bem interessante. Apesar de apresentar o relato de desenvolvimento em uma empresa particular, as práticas adotadas e descritas são empregadas hoje por uma vasta gama de empresas.
Esperamos que estejam animados para essas próximas etapas de aprendizado sobre Integração e Entrega Contínuas.